Aos 17 anos fiz minha primeira viagem sozinha. Meu irmão mais velho trabalhava na Azul e eu viajei como stand-by. Que, nada mais é, do que um benefício de só pagar as taxas de embarque (se não estou enganada). Porém, se o voo lotar, o passageiro stand-by é o primeiro a ficar para o lado de fora e esperar o próximo voo. Ou seja, péssimo jeito de voar sozinha pela primeira vez. Ainda como menor de idade. Fui com o coração na mão e prestes a vomitar de nervoso a qualquer momento, juro. Eu ia para Campinas, ver parte da família paterna, mas o voo fazia escala em Manaus. A porcaria do aeroporto em obra e eu pedindo para morrer. Nem piscava para não perder as minhas coisas ou qualquer mudança no voo. Morrendo de medo de ser deixada para trás.
Foi aí que ouvi o comissário de bordo anunciar o meu nome no alto-falante. Eu já estava na fila de embarque e tinha certeza que o meu pior medo tinha se concretizado. Então, fui tremendo até o comissário que me chamava e, como sempre fui boca solta, cheguei logo falando “moço, pelo amor de Deus, não me tira desse voo”. Ele riu e me avisou que só estava me mudando de assento. Respirei aliviada e cheguei ao destino na hora prevista, amém. Depois disso, virou hábito viajar só e faço sempre que po$$o. Inclusive, já compartilhei aqui as melhores e piores coisas de viajar sozinha. Portanto, resolvi compartilhar algumas das 5 coisas que amo em viajar sozinha.
Friozinho na barriga constante
Desde o momento em que compro a passagem, até a hora que entro no voo de volta. Principalmente quando o avião começa a correr na pista e inclina para sair do solo. Para mim, não existe sensação melhor. Mesmo que ela ocorra em todas as viagens de avião, não só as que eu estou sozinha. Mas, quando esse é o caso, a coisa toda tem uma carga muito maior. Não sei quais aventuras me esperam no destino final. Não sei quem vou conhecer ou o que vou viver nos próximos dias e essa sensação de friozinho na barriga por conta da próxima aventura me anima de um jeito único.
É tudo 100% do seu jeito
Não tem nada pior do que fazer algo que você não quer. Então, um dos melhores pontos de viajar sozinha é, definitivamente, a oportunidade de fazer tudo 100% do seu jeito. Se vai para o hotel de metrô para economizar ou de uber por que está cansada demais e não vê a hora de se jogar na cama. Ou na hora de escolher o que comer, os lugares para visitar e quando acordar. Ter o controle de tudo traz paz, mas também muitas responsabilidades que fazem você ficar mais atenta no percurso.
Conhecer novas pessoas
A internet me proporcionou amigos em todas as regiões do país e não tem nada que eu ame mais. Então, quase sempre que eu escolho um destino, tenho quem avisar e marcar um encontro. Já comi subway com uma amiga em Itajaí, já fiquei hospedada na casa de um amigo que eu só conhecia pelo pc e poderia ser um serial killer (obrigada, Leo, por não ser um). Fora os novos amigos que fiz nas próprias cidades. Inclusive, beijo Helena melhor roteirista de SP! O networking precisa ser feito e viagens sozinhas podem contribuir muito para isso.
Playlists são as melhores companhias
Para quê perder tempo conversando sobre trivialidades, como o tempo, se você pode se jogar na sua playlist favorita e criar uma dúzia de personagens novos na sua cabeça. Ok, talvez você não seja do tipo que cria histórias. Mas, talvez leia histórias, desenhe personagens, fotografe paisagens. Ou até um pouco de todas essas coisas. Músicas tem o dom de dar o tom certo para o momento. Marcar uma lembrança e inspirar a gente de muitas formas. Portanto, desconheço companhias melhores.
Tudo é aprendizado
A coisa que mais amo em viajar sozinha é, definitivamente, o fato de que tudo é aprendizado. Você passa a se conhecer melhor e até a entender melhor o mundo que está a sua volta. Inclusive, lembro que sempre fui muito desorganizada com as minhas coisas. Mas, durante a primeira vez que fiquei longe da minha mãe em uma viagem, cuidei muito bem das minhas coisas e não deixei bagunça. Ou seja, em casa eu não precisava ser organizada, mas não significava que não tinha aprendido nada com o que minha mãe falava. Você fica mais atenta aos pequenos detalhes, que podem passar despercebidos se estiver papeando com uma companhia. Observa mais, aprende mais.
Existem um milhão de coisas que amo em viajar sozinha. Mas, quero saber de você: o que você ama em viajar só? E, se nunca viajou, o que acha que vai amar mais quando for?
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