Nesses anos em que eternizo histórias de amoor, muitos insights sobre o sentimento vem a minha mente o tempo todo. Cada nova história que eu escuto, um novo aprendizado. E hoje parei para refletir sobre o amoor e o mito clássico do “não demos certo”. Portanto, esse é um daqueles texto de esvaziar minha própria mente, sabe? Em que eu escrevo um monte de reflexões que surgiram na minha mente, muito mais para mim ter um registro sobre isso e uma organização no que penso, do que para alguém ler. É mais um dos textos em que vocês são muito bem-vindos na minha mente, mas não quer dizer que vão encontrar uma reflexão linear, ok?
Percebo que o amoor romântico ainda é fonte de ansiedade para muitas pessoas. Se estão solteiros, a pergunta que causa ansiedade é “quando vou encontrar o amoor?”. Se estão ficando com alguém, o questionamento que aflige é “será que vamos dar certo?”. E por “dar certo”, leia: teremos um relacionamento para todo o sempre? Além disso, o “para sempre” se torna ainda mais assustador, quando já estamos em um relacionamento e queremos saber se vai virar um casamento. Eu, particularmente, sempre soube que os meus relacionamentos anteriores tinham prazo de validade. Nunca fiz planos para casar com nenhum deles, então meio que não tinha ansiedade sobre isso. Mas, ainda assim, consigo entender essa preocupação.
Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.
Carl Jung
Consigo entender que a maioria das pessoas só sente que teve sucesso em um relacionamento, se elas ficam juntas até a velhice. E, obviamente, esse é o goals de todos que torcem por uma vida romântica feliz. Só que as relações não são só sobre isso. Muito menos o amoor verdadeiro. Se partirmos da premissa de que nossas relações ao longo da vida (tanto amorosas, quanto familiares ou de amizade) são para nos ensinar e ajudar em nossa evolução, o grande sucesso, também conhecido como “dar certo”, é se o aprendizado aconteceu ou não. E é bem fácil saber se aprendemos ou não. Quantas relações você entrou, sentindo que eram muito parecidas com as que você tinha acabado de sair? Fica aqui a reflexão, mas esse foco fica para outro dia.
O grande ponto é que toda essa idealização do amoor romântico, em filmes e livros, nos faz ter a sensação de que precisamos do “felizes para sempre”, para “dar certo”. Mas, a verdade é que ninguém sabe o que acontece com aquele casal depois da última página do livro ou quando os créditos do filme sobem. Nós criamos a continuação perfeita em nossas mentes, para aquele casal fictício, e projetamos essa expectativa em nossas relações reais. Que passam bem longe da perfeição, por melhores que sejam. Tudo o que existe em nossa criatividade tende a ser perfeito, por que não é real. Só que se a gente se esforçar um pouquinho para tirar essa pressão das nossas relações, a chance de o “dar certo” ser muito melhor, é enorme. Juro.
Qual é a tua definição de “dar certo”?
No “escuto histórias de amoor”, ouvi muitas histórias de amoor romântico em que os envolvidos não ficaram juntos para um “felizes para sempre”. Mas, ainda assim, reconheciam o amoor vivido e eram gratos pela experiência. E é assim que eu desejo viver e me lembrar do amoor. Como uma experiência gostosa a ser vivida. Tenho horror da ideia de associar uma relação positiva a um fracasso completo só por que chegamos ao fim do nosso ciclo. Inclusive, meu último namoro durou 6 anos e nós temos nossas ressalvas um sobre o outro, mas no geral foi um relacionamento MUITO tranquilo. Não terminamos brigados, nem nada. Para melhorar, somos muito amigos até hoje. De compartilhar sofrimento por novas pessoas até. Então, me diga, por que raios eu associaria uma relação assim, ao “não demos certo” só por que terminamos?
Nós demos muito certo. Tão certo, que a amizade e o amoor permanecem. Só não o interesse romântico, consegue me entender? E não estou dizendo que para “dar certo”, a amizade tem que permanecer nem nada. O dar certo tem muito mais relação com como foi esse relacionamento no período em que durou, do que com como vocês ficam quando acaba. Se houve respeito, afeto, companheirismo e se aprendemos a lição que aquele outro alguém tinha para nos ensinar… Tem sucesso maior que esse? Eu desconheço. E para você, qual a definição perfeita de “dar certo”?
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