Being Êrica

Diário de transição: finalmente criei coragem para fazer o big chop

18 de outubro de 2018

Faz mais ou menos um ano e dois meses que decidi passar pela transição. Mas, já são dois anos sem fazer química e raramente usando chapinha. Raramente mesmo, por que eu nunca tive muita paciência para ficar horas fazendo alisamento térmico. Era exatamente por isso, que eu optava por alisamentos químicos. Nesse período de transição capilar, desapegar do comprimento do meu cabelo tem sido meio complicado. Mesmo sabendo que a melhor opção é sempre ir cortando. Foram meses cortando aos poucos e me entupindo de vitaminas que aceleram o crescimento. Que, graças a Deus, deram bem certo. Gostaria muito de ser o tipo de pessoa que fica confortável com qualquer tamanho de cabelo. Mas, em mim, cabelos muito curtinhos nunca foram uma opção. 

Essa química toda não me pertence mais

Porém, nesse período, eu também desejei muito fazer o big chop de uma vez. Sabia que aquele cabelo liso não me pertencia mais. Sonhei com isso. E também tive alguns pesadelos. Em maio, criei a expectativa de cortar toda a química. Marquei o corte com uma semana de antecedência e isso foi o suficiente para desbloquear todas as minhas memórias ruins sobre o meu cabelo. A memória do professor que disse que meu rabo de cavalo parecia um espanador. Acho que eu tinha uns 10 anos naquela época. A memória das tias falando coisas pesadíssimas, mesmo quando eu era pequena demais para entender o motivo. Eu nem sequer imaginava que tinha ouvido tanta asneira. Sério.

Mas, foi só marcar aquele corte, que minha mente me traiu. No dia do corte, soube que o cabelo natural ainda não estava na altura em que eu me sentiria confortável para cortar. O que acabou resultando num corte no meio do caminho. Um passo antes do big chop. No fim, não precisava daquele sofrimento todo, mas não tem para onde correr quando se é ansiosa. Dessa vez, quando decidi cortar, as coisas já estavam bem mais resolvidas dentro de mim. Pode parecer frescura para muita gente, mas todo esse processo é uma libertação muito forte. Só quem já passou ou está passando pela transição capilar, consegue entender como as coisas funcionam. Em geral, acontece mais dentro do que fora. 

A escolha do salão:

Durante a transição capilar, estou fazendo acompanhamento com um salão especializado da minha cidade, a Tayó. Inclusive, super recomendo. Se você é de Porto Velho ou está passando uns dias pela cidade, aproveite para fazer uma avaliação lá. Recebi as melhores orientações sobre como cuidar do meu cabelo e como começar a texturiza-lo. Mas, para cortar, aproveitei que vim passar uns dias em São Paulo e fui em um salão indicado pela Taísa, criadora da Tayó. A Casa Dantiga, que fica na rua dos Ingleses. O Jonas, dono da Casa Dantiga, faz uns cortes incríveis e babei por muito tempo no instagram do salão. Então, uni o útil ao agradável. Além de ter um salão lindo, o Jonas captou certinho o que eu queria. Portanto, só posso dizer que voltaria sempre e recomendo muito. 

A referência e o corte: 

Como eu conseguia ver mais ou menos aonde estava a divisão do cabelo natural e a química, escolhi um corte da Débora Alcântara que eu amo (clique aqui para ver). Queria em bastante camadas, para dar força para o cabelo ondular mais e uma franja bem desfiada. Como eu disse, o Jonas acertou em cheio. Mas, confesso que durante o processo o frio na barriga foi enorme. Fiz minha primeira tatuagem no dia anterior e o nervoso para cortar o cabelo foi muito maior. Ele cortou o cabelo a seco, por mais ou menos quarenta minutos. Diretão. E eu só vendo um monte de cabelo meu rodar para todo lado. Sem ter a menor ideia de como ficaria no final. Apesar de querer ver meu cabelo longo e natural logo, acho que vou curtir o cabelo curtinho por um tempo. E você, o que achou do resultado final? 

Tá faltando coragem de fazer o big chop?

Talvez ainda tenha uns restinhos de química aqui. Não tenho 100% de certeza. Mas, ver meu cabelo natural foi uma das melhores coisas que aconteceram ultimamente. Renovou minhas forças e me encheu de auto-confiança. Eu entendo que todo mundo tem seu tempo e que você pode estar sem coragem ainda para passar pelo big chop. Eu tive esse tempo e respeitei ele. Mas, não deixe que algum comentário ou alguma história do passado te faça perder a coragem. Assim que decidir fazer o bc, faça-o e dificilmente se arrependerá. 

You Might Also Like

2 Comments

  • Reply Outubro: Ynayê, primeira tatuagem, Tutu Sapatilhas e mais | Ré Menor 31 de outubro de 2018 at 20:44

    […] Se você vem acompanhando o blog nesse último ano, sabe que eu passei pela transição capilar. Nesse meio tempo tive alguns cortes, para tirar a química, mas agora ela acabou de vez. Para isso, escolhi como modelo um corte da Débora Alcântara e o salão Casa Dantiga, de São Paulo. O Jonas foi incrível e acertou em cheio o que eu queria. Apesar de eu ter ficado meio assustada durante o processo de corte, viu? HAHAH Se você quiser saber mais, clique aqui. […]

  • Reply Eva 18 de outubro de 2018 at 22:04

    A verdade é que nao importa quanto tempo a gente encara a transição, lê sobre, estuda e aprende com outras meninas (fiz muito isso) quando nos deparamos a primeira vez com nossa imagem natural, é assustador. E libertador.
    Me lembro que no dia do meu BC eu saí: senhor, o que que eu fiz? Ele tava armado, cheio de frizz e não tinha uma ondinha sequer. E logo seria minha colação de grau, então foi um misto de preocupação com ‘lasco-se tudo’.
    Nos primeiros dias eu odiei. Depois, me conformei e depois aceitei. E aí me encontrei.
    Meu cabelo à medida que cresce cacheia mais, tem dias que só quer despontar e outros fica tão liso quanto antes. Vai entender.
    E ai eu descobri a beleza que as outras meninas tanto falavam. É você deixar ele ser o que quer, como quiser.
    Tenho dois meses e meio de BC e se posso dar um conselho é esse: não encana em finalização, não tenta transformar ele no “cabelo perfeito”, pois é essa liberdade do natural que encanta.
    Feliz por essa conquista 💛

  • Comente aqui: