Autora: Ava Dellaira;
Editora: Seguinte;
Páginas: 344;
Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado.
Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho. (Skoob)
Esse livro é daqueles que chamam a nossa atenção assim que esbarramos com ele nas prateleiras da livraria. Talvez pela capa maravilhosa, talvez pelo título forte. Mas, sem dúvida nenhuma, ele entrou para a minha lista de desejados no segundo em que o vi.
Em Cartas de amor aos mortos, nós conhecemos Laurel. Uma adolescente que vem tentando lidar com a perda recente de sua irmã. Além disso, fantasmas sobre aquela noite lhe assombram e sobre a partida da mãe. Laurel precisa se adaptar a sua nova vida e, a partir de uma atividade que sua professora de inglês passou (escrever uma carta para alguém que já morreu), ela passa a compartilhar seu dia a dia com personalidades como: Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse e outros.
As cartas se tornam um refúgio e, com muita delicadeza, a autora nos leva a compreender um pouco mais da história de Laurel. Apesar de, grande parte da história ter seu foco no luto, Cartas de amor aos mortos aborda outros temas complexos. Apesar de o conteúdo das cartas ser muito pessoal, Laurel nos conta um pouco sobre a vida e morte dos destinatários. E isso só deixa o livro ainda mais sútil e brilhante.
Laurel é uma personagem bem ingênua, que viveu a vida inteira na sombra da irmã. Porém, ao longo do livro, a gente consegue acompanhar o seu crescimento e amadurecimento de uma forma muito natural. Tem horas que a gente só quer abraçá-la e arrancar todas as suas angústias. No geral, o livro tem alguns personagens cativantes, mas tem outros muito difíceis de lidar. Principalmente, quando se trata da família de Laurel. É uma jornada pesada, conhecê-los e observar como afetam a trajetória da menina. Agora, sobre a escrita da Ava: é linda, sério! Leve, envolvente, sútil. Você começa a ler e não quer parar até acabar e só consegue desejar que o livro nunca acabe. É o tipo de autora que nos deixa de ressaca literária pesada. Sem contar os vários trechos que dão vontade de marcar o livro inteiro.
Às vezes agimos porque estamos sentindo tantas coisas dentro de nós e não percebemos como isso afeta os outros.
Eu perdi meu pai na adolescência e, quando li o livro, lidar com a perda ainda era uma questão muito pesada. Apesar de já ter uns dois anos que ele tinha falecido. Cartas de amor aos mortos é um tapa na cara da gente. É denso, é complexo, é forte. Fala sobre muitas coisas que não queremos encarar e, ao contrário do resto do mundo, ele fala a verdade sobre o luto. Quando perdemos alguém importante, costumam dizer “Vai ficar tudo bem”. A questão é que não fica. Sempre vai ter um pedaço faltando, mas você vai aprendendo a conviver com isso da melhor maneira possível. E é isso que o livro nos mostra. Então, se você estiver bem preparado para encarar umas verdades, não perca a oportunidade de ler Cartas de amor aos mortos. É um livro sensacional e está na minha lista de favoritos com certeza.
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