Patrinando

Faça arte

8 de outubro de 2019

O sentimento de nostalgia me invade quando ouço algumas músicas ou assisto alguns shows. Me lembro de ficar acordada na madrugada vendo vários acústicos na MTV: Cássia Eller, Titãs, Ira!, Paulinho da Viola, Nirvana. Além disso, a emissora costumava passar shows históricos, como o do Queen no Wembley em 1986. Vi tanto que poderia assumir tranquilamente o lugar do Adam Lambert na banda, caso eu soubesse cantar. Sinto várias coisas até hoje quando revejo tudo isso. E isso me faz lembrar porque amo arte.

Música faz parte da memória afetiva, mesmo que em alguns casos, o afeto tenha virado raiva. Quem nunca cometeu o erro de dedicar alguma canção para alguém que gostava e depois se arrependeu? Ou quem nunca mandou uma indireta musical para flertar? Ou para mandar a pessoa se ferrar de uma maneira mais lírica? Tantas opções, tantas canções, tantas emoções. Viver é fazer arte. Dá para ser visceral, apaixonado, porra louca, o que quiser. Limitar é besteira. Levar tudo muito a sério também. A leveza não é sinônimo de desnecessário. 

Não me vejo vivendo sem. Às vezes é um soco no estômago. Noutras, é um abraço quentinho e aconchegante. Dói e cura simultaneamente. É um refúgio e pode te tirar da zona de conforto. Revira, sacode e te deixa no mesmo lugar completamente mudado. Inquieta e acalma. Muitas antíteses, mas não necessariamente paradoxos. Vou fechar este texto com um apelo de uma pessoa cansada e estressada: sejam arteiros, só assim viveremos para além da sobrevivência fria e caótica.

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