Eu sei que é um título estranho para uma coluna sobre música, afinal silêncio é o oposto de tudo que abordo aqui. Porém, por mais que a ideia pareça estranha, permanecer em silêncio também é uma boa ideia. Por mais que eu goste de sair, dar rolês e ir em shows, sou introvertida. Quando falo isso, as pessoas costumam estranhar já que a introversão é erroneamente ligada a timidez. Nem todo introvertido é tímido, mas todos precisam ficar sozinhos para recarregar as baterias, principalmente a mental.
Barulho incessante cansa. Assim como permanecer conectado na internet a maior parte do dia também. Para nós, introvertidos, chega a cansar até fisicamente. Se muita gente fala comigo durante um período de tempo longo, fico exausta. Se eu me canso, não consigo aproveitar o que gosto, incluindo ouvir música. Shows? Nem pensar. Por isso, prezo pelo meu silêncio. Sem isso, não funciono simplesmente. Inclusive não consigo ficar muito tempo perto de pessoas que não conseguem ficar quietas concentradas em algo. “Ai gente, tá muito silêncio, vamos conversar!” é uma frase que me assusta e me faz não querer falar nunca mais com quem a proferiu.
Acredito verdadeiramente no poder das palavras, na comunicação aberta e sincera. Mas creio ainda mais no silêncio. A ausência de som é necessária para aprender o valor da música, conversas e risos. Muito barulho é poluição sonora. Pouco barulho é medo. E o limiar disso tudo é a vida. Como canta Depeche Mode: “Enjoy the silence”.
2 Comments
Me identifiquei! É bem por aí!
Que bom que se identificou, Cuco. Abraço!