Popcorn

Documentário Jaci: Sete pecados de uma obra Amazônica

16 de março de 2019

Cartaz de divulgação de Jaci: Sete pecados de uma obra amazônica

Gênero: Documentário;
Ano: 2015;
Direção: Caio Cavechini, Carlos Juliano Barros;
Sinopse: Projeto de infraestrutura, a usina hidrelétrica de Jirau atraiu mais de 20mil trabalhadores ao interior de Rondônia a partir de 2009, promovendo um grande impacto na pequena vila de Jaci. Em 2011, uma rebelião paralisou os trabalhos da obra. Por quatro anos, este documentário levantou relatos e imagens, algumas coletadas pelos celulares dos próprios operários. Questionamentos ambientais, disputas trabalhistas, prisões e denúncias de pessoas desaparecidas fazem parte de um capítulo inacabado na dramática história do país. (Filmow)

Cena de Jaci: Sete pecados de uma obra amazônica

Sobre Jaci: Sete pecados de uma obra Amazônica:

O documentário Jaci: Sete Pecados de Uma Obra Amazônica, lançado em abril de 2015, tem como objetivo contar a histórias dos moradores do distrito de Jaci-Paraná, Rondônia, após a chegada de mais de vinte mil homens vindos para trabalhar na Usina de Jirau. Afinal, essa chegada trouxe um enorme impacto para o distrito e seus moradores. Realizado pelo Repórter Brasil, dirigido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, foi gravado durante quatro anos, desde 2011 até 2014.

O documentário mostrou vários momentos da história, muitas vezes pelo ponto de vista dos moradores e trabalhadores, mas sem deixar de ouvir autoridades sobre o assunto. Por estar localizado entre as duas usinas construídas recentemente, outro momento marcante para esse povo, foi a cheia que deixou todo o distrito debaixo d’água em 2014. Inclusive, as usinas chegaram a ser citadas como um dos possíveis motivos causadores dessa enchente. O documentário também mostra a rebelião que causou os incêndios nos alojamentos, a prostituição, além de outros momentos e situações marcantes.

Jaci: Sete Pecados de Uma Obra Amazônica foi dividido em sete partes, classificando os pecados cometidos pelos moradores do distrito. Mais de 30 câmeras foram utilizadas, mostrando diferentes olhares sob uma única realidade. Desde câmeras profissionais (utilizadas pela equipe que produziu o documentário) até as amadoras como celular e câmeras compactas. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi que os celulares quase não foram utilizados, já que em Jaci não pegava linha telefônica, poucos possuíam celular. Na maioria das imagens, você via uma porção de pessoas gravando com câmeras pequenas.

Cena de Jaci: Sete pecados de uma obra amazônica

A voz do povo é a voz de Deus:

Em Jaci: sete pecados de uma obra amazônica, quase não ouvimos uma narração de um repórter. Principalmente, por que a maior parte do documentário foi formado por falas de pessoas diferentes. Mas, sobre o mesmo assunto. Dessa forma, as falas foram se completando e formando um texto bem amarrado e completamente compreensivo. As falas, eram dos moradores de Jaci e dos trabalhadores da usina de Jirau, que narravam as imagens, sem aquele texto rico e trabalhado do repórter. Afinal, havia erros de concordância, demonstrando o vocabulário simples e de gente que não teve muitas oportunidades para estudar. Algumas entrevistas não seguiram o padrão de ter o entrevistado em frente à câmera. Ás vezes, ouvíamos a voz da pessoa e víamos ela em um bar bebendo ou em sua rotina de trabalho.

Documentário excelente e extremamente marcante. É ultra importante ao se propor registrar a história de um povo esquecido pelas autoridades. Inclusive, esquecido, muitas vezes, até pela população da capital de Rondônia, Porto Velho. Eu, que nasci e cresci na capital, acompanhei noticias das usinas durante todos esses anos. Mas não lembrava de tanta coisa que já aconteceu com esse povo. É uma realidade tão diferente, que não paresse que moram tão perto de onde eu vivo. É chocante pra todos que assistem. Infelizmente, é mais fácil para pessoas dos grandes centros assistir um documentário desse e voltar pra casa. Sendo assim, para nós que moramos ao lado, o que fica é a sensação de impotência e descrença na sociedade.

You Might Also Like

No Comments

Comente aqui: