Sabe aquela música leve, com voz melodiosa e que geralmente fala sobre amor, sentimentos e coisas calmas? Mahmundi faz isso muito bem. A carioca pode ser considerada levemente brega, mas é tão delicioso sem ser um clichê barato que tenho certeza de que um pouco de breguice é necessário. O álbum de 2018 dela, “Para os dias ruins“, mostra para o que veio: passar tranquilidade para quem está muito estressado. Com músicas suingadas, outras acústicas e algumas com um leve toque de sintetizador, o disco é perfeito para relaxar ou mandar indireta para o ou a crush.
O estilo lembra um pouco a Luciana Mello, ótima cantora, que inclusive é filha do maravilhoso e falecido Jair Rodrigues, mas a voz da carioca é levemente mais grossa. E é quase sinestésica: me passa a sensação de água pura e cristalina sendo derramada pelo corpo num dia quente.
Para todos os dias
A foto de capa é bem interessante: as costas molhadas da cantora em uma piscina. Sempre imaginei que fosse para representar quem sente o peso do mundo ou estresse diário no corpo. Geralmente fazer atividades aquáticas são relaxantes e descarregam as energias ruins. Escutar música também. Fazer os dois, então… ah, aí chega perto da perfeição.
Para quem é do Rio de Janeiro, na faixa “Alegria” há referências geográficas da capital do estado. Já em “Qual é a sua?“, ela gravou o videoclipe em Salvador, na Bahia. Os clipes costumam ser bem coloridos e focam muito em cenas cotidianas, como conversas e rolês entre amigos, além de flertes. Na maioria das vezes, sempre há um grupo de pessoas nos clipes. O ser humano não é feliz sozinho, somos animais que vivem em bando, embora alguns esqueçam.
Isso é um forte lembrete de que Mahmundi é do Brasil inteiro. Há leveza, poesia e frescor na rotina, mesmo que não notemos. Ainda bem que existe música para nos lembrar disso, não é?
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