Nesta semana, a Ludmilla lançou Verdinha, funk bem popzinho sobre maconha. Obviamente causou uma certa polêmica por causa do tema, das frases de duplo sentido e do clipe, que mostra a cantora em uma plantação de alfaces.
Quando surgem polêmicas do tipo, costumo achar engraçado, deprimente e hipócrita. Não é a primeira vez e nem será a última em que alguém fará música sobre drogas. A humanidade sempre experimentou estados alterados de consciência usando o que natureza fornece, já que francamente é difícil suportar a realidade totalmente limpo. Todo mundo se droga em alguma medida. Nem que seja cafeína, açúcar ou cerveja.
Então, quais são os reais motivos da polêmica sobre Verdinha? A Ludmilla incomoda bastante. Veja bem, ela é uma mulher negra, bissexual, periférica que surgiu cantando funk quando ainda era conhecida como Mc Beyoncé. Está conquistando cada vez mais fama no exterior. Rihanna, outra maconheira que gosto, usou uma música que ela participa em um de seus desfiles. Assumiu namoro com uma de suas dançarinas. Usa a grana para se profissionalizar cada vez mais sem abandonar as raízes. Briga ferrenhamente para ter seu nome em suas composições. Tenho certeza de que ela causa mais desconforto do que a fumaça causada pela marijuana.
Você pode não gostar da Ludmilla, claro. Nem curtir dar um tapa, o que não é recomendado caso tenha algum distúrbio psiquiátrico ou esteja em estado psicológico frágil. Mas vamos combinar em deixar a hipocrisia de lado um pouco? Esqueça o preconceito. Curta a brisa musical. Tenho certeza que tem um músico maconheiro favorito, mesmo que ainda não saiba. Além disso, se preocupar com os hábitos e o som alheio é coisa de gente careta e desocupada.
No Comments