Depois da popularização da internet, a produção de conteúdo ficou um pouco mais fácil. Gravar vídeos, músicas, fazer blogs, gravar podcasts, expor fotografias, não importa o que seja. Inclusive, eu tenho um podcast chamado Dona Patrine no Jornal 140. Tem espaço para tudo e todos. Ou deveria ser assim.
Tudo que se torna acessível vira uma espada de dois gumes: tem o lado bom e ruim. O bom é que muita coisa diferente e de qualidade está sendo feita e tem público, geralmente de pessoas cansadas de consumirem conteúdos que não as contemplam. O ruim é que tem muita gente que é contra essa diversidade: desde gente que diz de forma irônica que as opiniões alheias não importam até o pessoal assumidamente preconceituoso e, às vezes, até criminoso.
Claro que acredito que essa gente reclamona está errada e sempre tento expor o que curto no lugar de dar palco pra quem não merece. Rebater coisas erradas é importante, mas quando é feito de maneira que dá visibilidade, não vale a pena gastar energia e nem paciência.
Obviamente nem todo conteúdo diferente é bom. Muitos não sabem como fazer, não querem aprender ou acham que não precisam conhecer nada para ser um formador de opinião. Alguns só querem o engajamento virtual nos posts e esquecem no esforço offline que é necessário fazer. Separar o joio do trigo, principalmente quando o joio traz fake news e discurso de ódio na colheita, é urgente.
O diferente sempre é bom?
A diversidade de produção depende diretamente de quem a produz. Temos a tendência de ser preguiçosos e ficar na zona de conforto criando sobre o que conhecemos e vivemos. E isso não é algo ruim. Só se torna limitador quando um mesmo grupo tem o poder de produção cultural e de comunicação. Por isso, devemos nos perguntar constantemente: quem são as pessoas que estão mostrando a cara nos produtos que consumo? E quem são as pessoas que produzem? Será que há diversidade real ou é só uma aparência para pegar o dinheiro de um público-alvo carente por representatividade?
Não sabe como apoiar conteúdos diferentes? É fácil, é só seguir as dicas de qualquer YouTuber desesperado por cliques: compartilha, manda link, dá joinha, acompanhe, deixe comentários incentivando. Não faça comentários destrutivos, lembre-se que há, pelo menos, uma pessoa do outro lado da tela que lerá o que escreveu. E talvez essa pessoa, por mais que seja inteligente, criativa e foda, pode ser insegura, ansiosa e deprimida. Não tente destruir algo que o outro ainda nem construiu totalmente.
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