TRIBOS: a mais nova marca de roupas de Porto Velho

Há quem diga que não devemos deixar as boas oportunidades escaparem. Porém, sejamos sinceros, de inicio precisamos criar nossas próprias oportunidades. Criar coragem para dar um passo arriscado, pode te levar além e, muitas vezes, te aproxima do teu sonho. Jah Nascimento é um estudante de publicidade que conheço há algum tempo e sempre teve faro apurado para moda. Para nós, que tivemos a oportunidade de conviver com ele, sempre ficou claro de que, em algum momento da vida, ele viveria de suas criações. Recentemente, quando o vi divulgando o lançamento de sua primeira coleção, Feeling Latino, meu coração se encheu de alegria. 

Primeiramente por perceber como ele conseguiu passar toda a sua identidade para essa coleção. Nada melhor do que marcas que trabalham com a verdade e transmitem a personalidade de seu criador. Além disso, ver pessoas realizando seus sonhos, nos mostram que com trabalho duro e dedicação também podemos realizar os nossos em algum momento da vida, né? Sem contar que, para o mundo, é um grande benefício ter as criações de Jah saindo do papel. Após sair de um emprego, soube investir o dinheiro que recebeu. Portanto, com a ajuda de sua tia, criou a TRIBOS, onde comercializam as peças que ele desenha e ela costura. Com seus criadores trabalhando em sintonia total, a TRIBOS vem balançando o público porto-velhense e só tem a crescer daqui para frente. Então, conheçam um pouco mais sobre a marca:

A principal característica das suas roupas são as estampas. Como você as escolhe?

No momento, pela falta de verba e até de lojas que vendem tecidos em Porto Velho (são apenas duas), eu tenho que escolher de acordo com as opções que eu encontro nas lojas. Como o tema dessa coleção é mais tropical, vou sempre para o lado das estampas mais florais.

Como é o seu processo de criação? Os tecidos vem antes dos desenhos?

Os desenhos vêm antes dos tecidos! Até porque eu decidi o tema dessa coleção depois de algumas camisas prontas e tinha até uma estampa que fugia do contexto que não entrou pra coleção.

Trabalhar em família está sendo um desafio ou vocês trabalham em total sintonia?

A gente trabalha muito bem juntos, desde escolher os tecidos a desenvolver os modelos. Minha tia fez parte da minha criação desde pequeno e sempre alimentou meu lado artístico e criativo. Então, eu recebi e recebo total apoio dela sempre. Além do que, ela modela e costura muito bem desde que eu me entendo por gente. Coisas que eu imagino e coloco no papel, ela transforma em realidade. Acredito que isso é muita sintonia!

Qual o principal objetivo da sua marca?

O meu objetivo com a marca é expressar a visão de moda que eu sempre tive. Mas, ou não encontrava, ou não era muito acessível por questões de valores. Eu quis trazer algo que eu procurava (e acabei percebendo que outras pessoas procuravam também), pra todo mundo de uma forma acessível.

Qual a principal influência das suas criações?

Minha principal influência é a nossa região, que é muito quente, então os tecidos são bem leves, o colorido e as estampas combinam bastante também com essa essência do norte. Vem também misturado com a ideia de que você faz o seu estilo, ninguém usa nada igual, cada um da a sua cara, a sua identidade pra roupa.

Estilistas que te inspiram e por que?

Eu curto muito o trabalho do Alexandre Herchcovitch. Pela forma simples que ele começou (vestindo drags), e pela visão nova que ele traz pra coisas que já estão aí tanto tempo, como por exemplo caveiras.

Você é quase publicitário. Agora que criou uma marca, sente necessidade de fazer alguma especialização em moda?

A vontade de fazer moda sempre existiu. Era vontade principal antes, cheguei até a fazer um curso de modelagem, mas não tinha condições de ir para fora, cursar design de moda mesmo. Portanto acabei entrando em publicidade e propaganda, o que foi bom. Por que me deu uma visão e especialização, de certa forma, de como comercializar minhas ideia. Tanto que eu faço toda a identidade visual da marca, as campanhas e tudo que sai no insta da marca tem um dedo meu.

Quais são os próximos passos que você quer dar com a TRIBOS?

Queremos muito em breve lançar um site pra poder comercializar melhor os produtos, até pra mandar pra fora, estamos ainda aprendendo como fazer isso tudo.

A coleção Feeling Latino foi um sucesso. Existem planos para a próximo coleção ainda este ano?

Ainda esse ano não. Mas já estamos nos organizando e queremos lançar pelo menos uma coleção por ano, até conseguirmos lançar duas.

Qual é a parte mais difícil de iniciar nesse mundo da moda?

Acredito que o mais difícil é saber se reinventar, trazer algo de novo sempre, porque já existe tanta coisa no mundo. Mas é esse desafio de criatividade que é instigante.

Você sente que começar uma marca de roupas longe dos grandes centros pode ser um espaço para ganhar mais destaque ou as dificuldades que enfrenta são maiores?

Existem dificuldades, como a falta de opção de tecidos e a questão de as pessoas aqui ainda estarem muito presas a um conceito de loja física e tal, e eu adoraria poder oferecer essa estrutura, mas no momento o orçamento não permite rs. Mas acredito que aqui as pessoas são muito acolhedoras e venho recebendo muito apoio das pessoas, quem conhece os produtos se encanta e acaba fazendo propaganda por conta própria e ajudando a gente, então tenho muito fé que pode dar certo. :)

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