Veja você, oito anos atrás, estavamos iniciando a vida adulta, imaturos de tudo, com uma chance de ouro na nossa frente. A música tocando no som do carro, eu reclamando que não gostava da banda e você questionando como eu poderia ser tão insensível que não conseguia apreciar aquela obra prima. “Muito triste” ou “muito melosa”, foi a minha reclamação. Por que nós sabemos que eu me fingia de muito forte e muito sem coração, quando sou toda amoor. Mas, veja você, essa é a música que melhor define nossa relação nos tempos atuais. Rídiculo, né? Eu bem sei. Veja você, poderiamos ter vivido um grande amoor, mas nos resta ser o grande “e se” da vida um do outro.
Dói, né? A imaginação faz com que a gente tenha a sensação de que seria tudo lindo. Perfeito. Certamente, perderíamos horas em livrarias e nossas estantes se misturariam ao ponto de não sabermos mais de quem era o livro X. No entanto, a gente leva muita fé que não teria brigas. Que as tardes deitados lendo ou vendo séries intermináveis, seriam o suficiente para nos suprir de amoor. Veja você, somos incapazes de imaginar o que nos faria brigar. Por que somos iguais. Tão parecidos, tão conectados que nada tiraria nossa paz. Caô, a gente sabe. Não é assim na prática, na convivência. Mas, no fundo, levamos fé de que seriamos muito bons, independente dos conflitos.
Mas, e se?
Veja você, a vida bifurcou nossos caminhos, muito antes que a gente pudesse ter um relacionamento. Que a gente pudesse se conhecer por completo. Aquela tarde de piquenique virou memória e a vida passou, passou, até que fossemos o pó da poeira. Memórias remotas, de algo breve. Veja você, algo tão breve, mas com tanta força e tanta intensidade, que até hoje ainda não tinhamos tido a coragem de bater a porta. Entretanto, cá estamos, nos esbarramos e permitimos falar tudo que estava engasgado. Amargando na boca há tanto tempo. Como pode, né? Algo tão breve, tão passageiro, mas ao mesmo tempo tão marcante.
Me questiono se teríamos algo duradouro e até temos. Um breve amoor, um sentimento eterno. Gostoso demais lembrar de você com todo esse afeto que transborda. Preocupa não, que esse coração sempre terá um espaço teu. Te amo, sinto sua falta diariamente, mas hoje sei que não seremos a história de amoor um do outro. Veja você, onde é que o barco foi desaguar. A gente só queria um amoor e Deus preparou ele de outras formas, vamos confiar nisso. Se cuida, seja feliz.
Eternamente na torcida, com amoor,
Ê.
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