Eu cresci jogando vídeo games. Quando lembro da minha infância sempre recordo de bons momentos que tive enquanto segurava um controle nas minhas mãos. Vivi a perspectiva de diversos personagens e aprendi muito. Só tenho gratidão por tudo que o mundo do vídeo games me proporcionou até hoje.
Não tenho certeza de quantos anos tinha quando ganhei meu primeiro console. Mas lembro a magia de ver aquele Nintendo 64 na minha frente. Antes disso, já tinha conhecido alguns clássicos no Atari e entendia como os controles básicos funcionavam. O primeiro grande jogo que marcou minha vida foi “Super Mario 64”. Consigo lembrar do quanto achava o castelo belo e todos os detalhes dos mundos que você viajava. Eu provavelmente não conseguia passar a maioria das fases sozinha, mas eu amei cada parte da experiência. Ali, sentada no chão da minha casa, começou meu amor por jogos.
Depois disso, passei por outros consoles e outros tipos de games. Joguei no computador, no Game Boy e até joguinhos de celular me conquistaram. Eu não lembro quanto tempo perdia jogando snake no celular da minha mãe. Eu me apaixonei por Tomb Raider e pela protagonista feminina que lutava contra inimigos e recolhia relíquias pelo mundo. Eu comandei Lara Croft até o ano de 2008, quando me afastei dos consoles.
Nesse meio tempo, muita coisa mudou. Eu mudei completamente e encontrei novos gostos pessoais. Até que, um ano atrás, chegou um Nintendo Switch em minha vida. Joguei diversos jogos desde então, dei diversas recomendações nos destaques do mês. Além disso tudo, eu encontrei tanta gente incrível nesse último ano. Conquistei amizades de todos os cantos do país e, até mesmo, de outros continentes. Tive conversas que foram muito além dos botões do joy con e existem pessoas que considero uma família.
Todos nós fazemos escolhas na vida, mas no final nossas escolhas nos fazem.
O motivo de estar dividindo essa parte da minha vida na postagem de hoje é bem simples. Vídeo games não são vilões das histórias que acabam em tragédias, não são eles que levam até aquele primeiro disparo. Adolescentes sofrem de depressões e crises de ansiedades como qualquer adulto, porém eles escapam para o mundo virtual para lidar com isso. Quantas pessoas superaram crises jogando e fazendo novas amizades?
Não são jogos violentos que geram pessoas violentas. É falta de assistência, por parte dos pais e do sistema público de saúde. São os colegas de classe que dão risada do colega que criam uma barreira de ódio. São tantos fatores que podem influenciar na cabeça de um adolescente que jamais podemos culpar uma única coisa pra isso. O que podemos fazer é cuidar dos mais novos. Acompanhar suas mudanças, o conteúdo que consomem online e a maneira como reagem em diversas situações.
Nunca saberemos totalmente o que se passa na mente de outra pessoa, não podemos prever tragédias causadas por humanos. Porém, podemos dar a assistência necessárias para que tantas outras vidas não sejam perdidas em meio a tiroteios e chacinas. Em vez de nos preocupar com armas, vamos proteger nossas crianças. Para, quem sabe, assim podermos ter um futuro totalmente novo pela frente.
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